Perguntas Frequentes
A Colposcopia é um exame detalhado do colo uterino e vagina, com auxílio de um aparelho chamado Colposcópio, com uso de lentes de aumento, filtros de luz e soluções corantes para identificação de alterações por HPV e alterações pré-cancerosas nesses locais.
A Colposcopia nos possibilita decidir quando estas alterações são leves e podem somente ser acompanhadas e quando estas alterações são importantes e precisam ser biopsiadas e/ou tratadas. A Colposcopia deve ser realizada sempre que o exame de prevenção ou de Papanicolaou for alterado, quando for encontrado alguma alteração a olho nu em colo ou vagina, quando se tem diagnóstico de HPV oncogênico ou quando a própria paciente desejar realizar o exame.
O câncer de colo uterino é considerado uma doença evitável. Algumas atitudes são fundamentais a serem tomadas: Prevenção primária – o uso da Vacina anti HPV em adolescentes masculinos e femininos de 9 a 14 anos é muito importante e com isso conseguiremos evitar cerca de 80 a 90 % das lesões pré-cancerosas e de 70% dos cânceres de colo uterino.
O estímulo ao uso da Vacina nessa faixa etária é muito importante. Prevenção secundária –a descoberta de alterações pré-cancerosas de colo uterino e o seu tratamento adequado e precoce é capaz de prevenir o câncer invasor.
O diagnóstico dessas alterações pré-cancerosas pode ser feito através do exame de prevenção, conhecido como exame preventivo, colpocitologia ou de Papanicolaou, seguido da Colposcopia e biópsia das alterações encontradas e posterior tratamento, com a retirada dessas alterações de uma maneira relativamente simples e bastante eficaz.
O uso da Vacina anti HPV e a realização dos exames de prevenção regularmente, especialmente após 25 anos, em exames anuais ou mesmo de 3 em 3 anos é suficiente para que consigamos evitar o câncer cervical na grande maioria ou mesmo na totalidade dos casos.
A vacina anti-HPV surgiu em 2006 e o seu uso já está aprovado em mais de 130 países pelo mundo. No Brasil, o Ministério da Saúde aprovou o seu uso na rede pública em 2014 e hoje está liberado seu uso de forma gratuita em meninas de 9 a 14 anos e em meninos de 11 a 14 anos.
Existem hoje 3 vacinas disponíveis, sendo que, no Brasil, somente a Bivalente e a Quadrivalente, mas com previsão que a vacina Nonavalente chegue em breve.
Na rede pública foi adotada a Vacina Quadrivalente, com a imunização contra os tipos de HPV 6, 11, 16 e 18. Os HPV 6 e 11 são considerados não oncogênicos e são responsáveis pelo aparecimento de cerca de 90% das verrugas genitais, chamados Condilomas acuminados. Os HPV 16 e 18 são os mais importantes e mais frequentes HPV oncogênicos, ou seja, que causam câncer.
Eles são responsáveis por cerca de 70% dos cânceres de colo uterino. A Vacina Nonavalente protege contra mais 5 tipos de HPV oncogênicos, 31, 33, 45, 52 e 58, com isso teremos uma proteção de cerca de 85% dos cânceres de colo de útero. A Vacina hoje é usada em duas doses nos adolescentes até 14 anos, intramuscular, aos 0 e 6 meses.
A Vacina também está disponível, gratuitamente, na rede pública, para pacientes HIV positivos e Imunocomprometidos até os 26 anos, só que em 3 doses, aos 0, 2 e 6 meses. Pacientes que não se enquadram nessas situações também podem usar a vacina (nesse caso, sempre em 3 doses), disponível na rede privada.
A Captura Híbrida foi um dos primeiros métodos de detecção do DNA do HPV que surgiu. Hoje existem vários métodos disponíveis no mercado que podem identificar os tipos de HPV mais comuns – Genotipagem. Existem vários tipos de HPV já identificados, cerca de 200, mas cerca de 30 deles são encontrados causando alterações na genitália.
Desses, existem 14 que são considerados os principais causadores de câncer e alterações pré-cancerosas. O teste de HPV vem sendo considerado o melhor método para rastreamento de câncer de colo uterino no momento. No Brasil, ainda é usado o Exame de Colpocitologia ou de Papanicolaou.
Pacientes que apresentam o Teste de HPV positivo, em especial após os 30 anos, devem sem orientadas a se manterem em observação, mas sem alarde, pois muito frequentemente o nosso próprio organismo é capaz de eliminar este vírus ou mantê-lo inativo.
Por outro lado, as pacientes que apresentam este teste negativo, tem motivos para ficarem muito tranquilas e são aconselhadas a repetirem o exame somente com 3 a 5 anos, com um risco mínimo de apresentarem alterações pré-cancerosas.
Há cerca de 50 anos, o HPV foi identificado como o causador do câncer de colo uterino e hoje sabemos que a quase totalidade dos cânceres de colo uterino é causada pelos HPV’s oncogênicos.
O que sabemos hoje é que o vírus HPV (Vírus do Papiloma Humano), conhecido há muitos anos, é transmitido através da relação sexual. A maior parte das pessoas entram em contato com o HPV quando iniciam as suas atividades sexuais, mas normalmente conseguem eliminar este vírus em até 2 anos.
Nas pacientes que não conseguem eliminar o HPV, o vírus pode permanecer se multiplicando, podendo se integrar ao DNA das células dessa paciente e com isso desenvolver alterações locais na genitália.
Se essas alterações locais, as chamadas “lesões HPV induzidas”, não são identificadas, elas poderão evoluir para alterações pré-cancerosas que, se não tratadas,podem evoluir para o câncer invasor.
A evolução dessas lesões está intimamente ligada à resposta imunológica dessas pacientes. O que observamos é que pacientes imunocomprometidas (HIV positivas, transplantadas, usuárias de imunossupressores, fumantes ou com comprometimentos emocionais como Depressão, Ansiedade, etc.) tem uma tendência maior a desenvolverem lesões mais graves.
Diante disso, insistimos na importância do uso da Vacina anti-HPV e do controle regular das alterações HPV induzidas diagnosticadas.
O mais importante é receber orientações corretas e assim se tranquilizar. Se você tem o HPV, mas como uma infecção latente, sem lesões identificáveis, basta seguir realizando seus exames periódicos; em geral, o vírus será eliminado pelo seu sistema imunológico e não te causará nenhum problema.
Se você tem lesões verrucosas, essas lesões devem tratadas para não aumentarem em número e volume. Essas lesões são incômodas e muitas vezes causam um desconforto emocional importante, mas não são lesões perigosas e não evoluem para câncer invasor.
Agora, se essa infecção é diagnosticada pela Colpocitologia e especialmente se ela persiste em dois exames seguidos, a Colposcopia deverá ser realizada e, conforme a identificação ou não de lesões pelo HPV, será tomada a conduta mais adequada, seja ela somente o acompanhamento ou a realização de biópsia ou mesmo o tratamento imediato das lesões. O Médico Colposcopista é que decidirá com você a melhor conduta.
Em geral, as lesões por HPV são tratadas quando se apresentam sob a forma de verrugas genitais e nos casos em que se confirmar a presença de alterações pré-cancerosas pela Colposcopia e biópsia. Também podem ser tratadas aquelas lesões por HPV, com baixo risco de câncer, mas que persistem por mais de 2 anos seguidos nos exames.
É muito comum o HPV causar alterações no colo uterino e na vagina. Essas alterações, muito frequentemente, são autolimitadas; o nosso próprio organismo, através do sistema imunológico, consegue bloquear a atividade viral e as alterações desaparecem. Esse processo comumente ocorre em um ou dois anos. Essas alterações são conhecidas como Lesões Intraepiteliais de Baixo Grau – LIE-BG.
Já as Lesões Intraepiteliais de Alto Grau – LIE-AG são alterações mais avançadas, causadas pelo HPV, e que apresentam um potencial de evolução para câncer invasor maior e por isso são consideradas lesões pré-cancerosas do colo uterino. Habitualmente, essas alterações precisam ser tratadas. Em pacientes adolescentes ou jovens até 25 anos, podemos considerar a possibilidade de observar estas lesões sem tratamento imediato.
A Vulvoscopia é um exame detalhado da vulva, normalmente com o auxílio do Colposcópio, à semelhança do exame de Colposcopia para o colo uterino e a vagina. Aqui também utilizamos o ácido acético como solução corante, para a identificação de lesões pré neoplásicas e a seleção do melhor local para realização da biópsia, quando necessária. A avaliação da vulva está indicada principalmente nas infecções por HPV com lesões em outros sítios e naquelas pacientes com sintomas vulvares, em especial o prurido e lesões palpáveis.
Os condilomas acuminados são as lesões verrucosas causados pelo HPV, normalmente por HPV’s não oncogênicos. Os condilomas podem apresentar forma, coloração e volume variáveis, podendo atingir grandes volumes, comprometendo toda a vulva.
Essas lesões, frequentemente, são tratadas por retirada cirúrgica ou destruição por cauterização, mesmo que não apresentem potencial de evolução para câncer invasor, mas pelo desconforto e estigma de uma doença sexualmente transmissível.
As possibilidades de tratamento são várias, desde a eletrocauterização, a cauterização química com ácido tricloroacético, uso do Imiquimod ou mesmo a utilização do Laser. Independentemente do método usado, podem ocorrer recidivas entre 10 e 20% dos pacientes.
Assim como para as mulheres, é muito comum os homens serem contaminados por HPV quando iniciam sua vida sexual e, como normalmente não apresentam lesões clínicas, não é feito o diagnóstico.
A importância principal da infecção por HPV no homem é decorrente da transmissão do vírus para as mulheres. Quando o homem apresenta lesões pelo vírus HPV, sejam clínicas ou subclínicas, ele poderá transmitir para sua parceira sexual.
O câncer de pênis tem uma baixa incidência e não se justifica, até o momento um exame de rastreamento na população geral. Os pacientes devem estar atentos quanto ao aparecimento de sintomas genitais e a partir de então procurar o médico para avaliação especializada.
A biópsia do colo uterino é a retirada de um ou mais fragmentos do colo uterino, normalmente sob anestesia local, para a confirmação diagnóstica de uma alteração vista no exame de Colposcopia ou mesmo a olho nu.
É através da biópsia que o médico Patologista identifica se uma alteração vista se trata de uma simples alteração por HPV ou se já é uma alteração pré-cancerosa ou mesmo um câncer invasor. A biópsia do colo uterino é quase sempre realizada no próprio consultório médico, sob anestesia local e com um desconforto mínimo.
Se considerarmos que o câncer de colo uterino é causado pelo HPV em quase 100% das vezes e que o HPV é transmitido, quase sempre, por via sexual, a resposta é sim, o câncer cervical é uma DST.
No entanto não podemos nos esquecer que, embora raramente, o HPV pode ser transmitido da mãe para o filho, durante a gravidez ou o parto e também por material contaminado.
De forma alguma. O HPV é simplesmente um vírus muito comum entre as pessoas com atividade sexual. Somente uma pequena porcentagem das mulheres com HPV vai apresentar uma alteração pré-cancerosa ou um câncer de colo uterino.
Não basta ter HPV para desenvolver o câncer cervical, é preciso que o HPV seja do tipo oncogênico, que a infecção seja persistente e que a paciente apresente uma resposta imunológica desfavorável.
Só assim o HPV poderá levar ao aparecimento do câncer cervical invasor. Ainda assim, se identificarmos precocemente as alterações pré-cancerosas, poderemos tratá-las e evitar o surgimento do câncer.
O termo Cirurgia de Alta Frequência (CAF) refere-se ao nome de um aparelho de bisturique utiliza ondas eletromagnéticas de alta frequência e que tem a capacidade de cortar e coagular o tecido ao mesmo tempo; com isso, evita-se sangramento volumoso durante o procedimento.
Este bisturi vem sendo usado no Brasildesde 1994, para biópsias diagnósticas, tanto na Ginecologia como também na Dermatologia. Há alguns anos, a Cirurgia de Alta Frequência tornou-se o método de preferência para a realização do tratamento das lesões pré-cancerosas de colo uterino, através de procedimentos como aExcisão da Zona de Transformação (EZT) ouConização do colo uterino.
A Conização é a retirada de parte do colo uterino em forma de um cone, que pode ser feito por bisturi frio, por Laser ou, mais comumente, pela Cirurgia de Alta Frequência – CAF. O procedimento pode ser realizado no centro cirúrgico ou no próprio consultório médico.
A Conização é o procedimento realizado para o diagnóstico e tratamento das alterações pré-cancerosas do colo uterino, conhecidas como NIC (Neoplasia Intraepitelial de Colo) /LIE (Lesão Intraepitelial)de graus II ou III.
Hoje em dia, a Conização é quase sempre realizada por meio da Cirurgia de Alta Frequência – CAF, em consultório médico, sob anestesia loco regional, sob visão colposcópica, muito bem aceita pelas pacientes, com um mínimo de desconforto, com resultados muito satisfatórios.
Na realidade, a pesquisa de IST (InfecçãoSexualmente Transmissível), deve ser realizada de forma geral naquelas pacientes que apresentam risco de uma IST, independente de terem ou não o diagnóstico de infecção por HPV. Entre as principais IST a serem pesquisadas, estão as seguintes: Clamídia, Gonococos, Sífilis, HIV e Hepatites B e C.
São consideradas de risco asmulheres adolescentes e jovens até 25 anos com atividade sexual, as pacientes com contato sexual de risco, pacientes com 2 ou mais parceiros nos últimos 6 meses, as pacientes com parceiros novos, sem uso de preservativo e as pacientes gestantes e pacientes em investigação de Infertilidade.
As infecções por Clamídia e Gonococos, são infecções sexualmente transmissíveis, com uma alta incidência no nosso meio, em especial em pacientes abaixo de 25 anos, sexualmente ativas. Essas infecções podem acometer homens e mulheres e, em cerca de 70% dos casos, são assintomáticas, ou seja, não causam nenhum sintoma para que possamos suspeitar da doença.
Diante desse fato, é recomendado o rastreamento anual dessas infecções para aquelas pacientes de maior risco, quais sejam: pacientes adolescentes e jovens até 25 anos com atividade sexual e pacientes com mais de 25 anos, que tenham risco aumentado para a infecção (parceiro sexual novo; mais de um parceiro sexual; parceiro sexual que tenha outros parceiros concomitantes; parceiro sexual com IST). As gestantes e mulheres em investigação de Infertilidade também devem ser rastreadas.
Esse rastreamento deverá ser realizado através de um exame de biologia molecular, conhecido comoteste de DNA para pesquisa de Clamídia e Gonococos. O material deve ser coletado do colo uterino/vagina ou da urina, por meio de Kit específico para esse exame.
O mais importante dessas infecções é o potencial para provocarem doença inflamatória pélvica, com alto risco de infertilidade e de cirurgias de urgência; a infecção na gestação aumenta o risco de nascimento pré-termo e, consequentemente, morte perinatal.
Apesar de existir treinamento em Colposcopia na Residência Médica, nem todos os Ginecologistas e Obstetras fazem o exame de Colposcopia. Assim como em outras áreas da Medicina, cada profissional tem suas preferências dentro da sua Especialidade e se dedica mais àquela que mais gosta.
Existe uma sociedade médica, a Associação Brasileira de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia – ABPTGIC- que realiza Congressos anuais pelo Brasil. A ABPTGIC realiza prova para obtenção do Título de Qualificação em Colposcopia, mediante aprovação.
Esta sociedade fornece uma lista atualizada dos seus Médicos associados e qualificados em Colposcopia; no seu site, você pode buscar informações sobre os médicos da sua cidade.
Corpo Clínico do ICB
- Dr. Adalberto Xavier Ferro Filho
- Dra. Camila Leal Mathias
- Dra. Daniella Vilas Bôas Campos
- Dra. Flávia Alves Neves Mascarenhas
- Dra. Renata Carlos Ferreira
- Dra. Thaís Teixeira Barbosa Paiva
Agendamento via WhatsApp
Faça download da ementa com todas as aulas e informações do estágio.